
O Setembro Amarelo é uma campanha nacional de conscientização sobre a prevenção do suicídio e a importância da saúde mental. Embora o tema seja delicado e mais frequentemente abordado por adolescentes e adultos, ele também pode ser apresentado de forma lúdica e acessível em unidades de educação infantil, respeitando a fase de desenvolvimento das crianças e suas necessidades emocionais.
A Importância da Saúde Emocional na Infância
A saúde emocional começa a ser construída desde os primeiros anos de vida, quando a criança está aprendendo a lidar com seus sentimentos e a entender o mundo ao seu redor. Nessa fase, é fundamental trabalhar o reconhecimento das emoções, a empatia e o autocuidado, pilares que ajudam a criança a desenvolver uma boa saúde mental ao longo da vida.
Como Abordar o Setembro Amarelo na Educação Infantil?
Histórias e Contos sobre Emoções
Utilizar contos e histórias é uma excelente maneira de abordar o tema de forma sutil. Livros como “O livro dos sentimentos de Todd Parr” podem ajudar as crianças a identificarem e nomearem seus sentimentos.
Rodas de Conversa sobre Sentimentos
Crie momentos de roda de conversa onde as crianças possam falar sobre como se sentirem é uma maneira de incentivar o diálogo e a escuta ativa. Nessas rodas, é importante que os educadores sejam facilitadores, ajudando a criança a expressar suas emoções de maneira saudável, seja por meio da fala, seja por desenhos ou brincadeiras.
Atividades Lúdicas sobre Empatia e Amizade
Brincadeiras em grupo podem ser um excelente instrumento para ensinar sobre empatia e solidariedade, pilares da saúde mental. Jogos cooperativos, onde todos devem colaborar, ajudar as crianças a entender a importância de se colocar no lugar do outro e trabalhar em equipe.
Trabalhos Manuais com Símbolos do Setembro Amarelo
Atividades de artes visuais, como a confecção de laços amarelos ou murais sobre o tema, podem introduzir de maneira visual o conceito do cuidado com a saúde emocional. Além disso, atividades como pintar e desenhar podem ser uma forma de expressão para as crianças, ajudando a manifestar sentimentos que talvez ainda não saibam verbalizar.
Espaços de Relaxamento e Tranquilidade
Criar cantinhos de leitura ou de relaxamento na escola pode ser uma forma de introduzir o autocuidado. Esses espaços incentivam as crianças a tirarem momentos para si, refletirem e encontrarem tranquilidade no ambiente escolar.
Diálogo com as Famílias
Incluir os pais e responsáveis nessa conversa é essencial. Um encontro ou palestra simples pode ajudar a família a entender a importância de cuidar da saúde emocional da criança desde cedo e a perceber sinais de que algo não está bem. A parceria entre a escola e a família é fundamental para o desenvolvimento integral da criança.
O Papel dos Educadores no Setembro Amarelo
Os educadores são figuras de referência para as crianças e podem, por meio do acolhimento e do carinho, criar um ambiente seguro para que eles se expressem. Eles devem estar atentos às mudanças no comportamento infantil, como isolamento ou alterações de humor, e sempre reforçar que é natural sentir tristeza ou frustração, mas que esses sentimentos podem ser compartilhados e cuidados.
Aqui estão algumas atividades práticas que podem ser realizadas para trabalhar o tema .
1. Atividade: O Monstro das Cores (Identificação de Sentimentos)
Objetivo: Ajudar as crianças a identificar e nomear suas emoções.
Material: Livro “O Monstro das Cores” ou cartazes com ilustrações de diferentes emoções (alegria, tristeza, raiva, medo, calma e amor), lápis de cor e papel.
Descrição da Atividade:
Leia o livro ou conte uma história sobre um personagem que muda de cor de acordo com suas emoções. Depois, peça para cada criança desenhar e colorir o “monstro” de acordo com o que estão sentindo naquele momento. O educador pode perguntar: “Qual é a cor da sua emoção hoje?” e permitir que cada criança explique seu desenho, ajudando-a a expressar e a entender seus sentimentos.
2. Atividade: Varal das Emoções (Expressão e Compartilhamento de Sentimentos)
Objetivo: Incentivar as crianças a compartilhar seus sentimentos de forma criativa.
Material: Cartões coloridos, clipes, barbante, prendedores de roupa, canetinhas.
Descrição da Atividade:
Monte um “varal das emoções” na sala de aula, pendurando um barbante em um local visível. Distribua cartões em branco para que as crianças possam desenhar ou escrever (com a ajuda do professor) o que estão sentindo. Eles podem pendurar seus cartões no varal para compartilhar com os colegas, e a turma pode conversar sobre como cada um está se sentindo naquele dia.
3. Atividade: Laço Amarelo da Amizade (Trabalhar Empatia e Cuidado com o Outro)
Objetivo: Desenvolver empatia e compreensão sobre o cuidado com os outros.
Material: Fitas amarelas, cartolina, tesoura e cola.
Descrição da Atividade:
As crianças recebem tiras de papel amarelo e são incentivadas a pensar em um gesto de gentileza ou uma ação amiga que podem fazer pelos colegas ou pela família. Elas desenham ou escrevem essa ideia na fita e, ao final, todos montam um grande laço amarelo da amizade, colando as tiras juntas. O laço pode ser colocado em um mural da escola, simbolizando o cuidado de que todos têm uns como os outros.
4. Atividade: Caixa do Desabafo (Espaço para Expressar Sentimentos)
Objetivo: Criar um ambiente seguro para que as crianças expressem seus sentimentos.
Material: Caixa decorada, papéis pequenos e canetinhas.
Descrição da Atividade:
Coloque uma “caixa do desabafo” em um canto da sala de aula. Explique às crianças que elas podem desenhar ou pedir para escreverem algo que as incomoda ou algo que as deixa felizes. Essa caixa é aberta periodicamente, e o professor pode conversar com a turma sobre o que foi colocado, sempre de forma positiva e acolhedora. Isso ajuda as crianças a entenderem que falar sobre sentimentos é importante e saudável.
Conclusão
Trabalhar o Setembro Amarelo na educação infantil é mais do que falar sobre saúde mental; é criar uma base sólida de autocuidado, empatia e acolhimento que as crianças levarão para a vida toda. Por meio de atividades lúdicas, diálogos abertos e o envolvimento das famílias, podemos construir uma cultura de cuidado desde a infância, fortalecendo a saúde emocional das crianças de forma respeitosa e eficaz.





